Por Fan Wei, Jiang Bo, Wu Yong e Tian Liang
ARXAN, REGIÃO AUTÓNOMA DA MONGÓLIA INTERIOR — Situada discretamente no extremo noroeste da Liga de Xing’an, na Região Autónoma da Mongólia Interior, no norte da China, Arxan é uma das cidades mais pequenas do país em termos populacionais — com apenas 28.600 habitantes — mas exerce uma influência desproporcionada no turismo e nos intercâmbios culturais.
Outrora uma pacata cidade fronteiriça, Arxan transformou-se num destino de ecoturismo vibrante, conhecido pelas suas paisagens vulcânicas, lagos de cratera, extensas florestas e nascentes termais. O seu ambiente puro e a crescente ligação transfronteiriça tornaram-na um “destino de cura”, especialmente popular entre visitantes da vizinha Mongólia.
“A paisagem natural é absolutamente deslumbrante. Para muitos mongóis, Arxan é um destino ideal”, afirmou O Adiya, empresário e presidente da câmara de comércio da província de Dornod, na Mongólia.
Localizada nas encostas sudoeste da cordilheira Greater Khingan, Arxan oferece uma experiência única onde as civilizações florestal e das estepes se encontram. Os visitantes podem explorar florestas densas, caminhar por vastas pradarias e admirar formações rochosas dramáticas e picos cobertos de neve. No inverno, as piscinas minerais naturalmente aquecidas, com propriedades terapêuticas, tornam-se especialmente procuradas.
Porta de Entrada para Visitantes Mongóis
“Todos os anos, muitos turistas mongóis entram pelo posto fronteiriço de Arxan”, referiu Tang Xin, subchefe da equipa de inspeção fronteiriça da cidade. “A maioria procura as paisagens naturais e as águas termais, mais do que apenas fazer compras.”
O posto fronteiriço, que antes funcionava apenas sazonalmente, agora opera durante todo o ano para acompanhar o crescimento do turismo. Empresários locais, como Fu Lihong, criaram pacotes de bem-estar que combinam termalismo com terapias tradicionais.
“Os mongóis valorizam muito a medicina tradicional, especialmente os banhos medicinais. Isso impulsiona a popularidade dos resorts termais de Arxan”, explicou Fu.
De Indústria Madeireira a Modelo de Ecoturismo
A transformação de Arxan faz parte de uma mudança mais ampla. Anteriormente um centro da indústria madeireira da China, a cidade apostou na proteção ambiental após o início do programa nacional de conservação florestal. Hoje, com mais de 80% de cobertura florestal e uma vegetação superior a 95%, Arxan tornou-se um modelo nacional de desenvolvimento verde.
As suas florestas são também refúgio de vida selvagem. No inverno, é possível avistar gazelas mongóis, veados vermelhos e corços a circular pelos trilhos protegidos — uma prova do sucesso das políticas de conservação.
Diplomacia Ambiental Transfronteiriça
A cooperação ambiental é uma pedra angular das relações entre a Liga de Xing’an e a província vizinha de Dornod, na Mongólia. À medida que a Mongólia avança com o ambicioso plano de plantar mil milhões de árvores, as espécies resistentes ao frio da cordilheira Khingan — como o abeto e o lariço — tornaram-se escolhas ideais para reflorestação.
“Construir uma pátria mais verde é uma aspiração comum da China e da Mongólia”, afirmou Xiao Cuiyan, chefe do Gabinete de Assuntos Externos da Liga de Xing’an. “As árvores resilientes de Khingan tornaram-se ‘embaixadoras da amizade’, representando esperança ecológica e laços culturais.”
A liga está a colaborar ativamente com parceiros mongóis, fornecendo mudas e conhecimentos técnicos, com o objetivo de plantar estas “sementes verdes” em toda a estepe mongol.
Um Encontro de Culturas na Fronteira
Localizada na confluência entre China, Mongólia e Rússia, Arxan tem sido, historicamente, uma ponte de trocas culturais. A região continua fértil para o reforço de laços entre povos, tendo acolhido, nos últimos anos, eventos como a Semana Cultural China-Mongólia-Rússia, torneios de basquetebol sub-regionais e atuações de canto tradicional mongol.
“A China, a Rússia e a Mongólia são vizinhos próximos, ligados por montanhas e rios. Partilhamos um futuro comum e uma amizade duradoura”, disse Xiao. “Aqui em Xing’an, a paisagem mais bela não está apenas na natureza, mas no espírito de abertura, inclusão e harmonia do nosso povo.”
